Nas últimas postagens
falamos sobre as cantigas produzidas pelo trovadorismo galaico-português,
apresentando seus diferentes gêneros e as características de cada um. Nesta
postagem daremos atenção a alguns aspectos relacionados aos trovadores e
jograis medievais.
É vasto e muito
diversificado o número de autores ligados a produção das cantigas trovadorescas
galaico-portuguesas. Os trovadores medievais tinham nas cortes dos reis
Ibéricos o terreno mais fértil para sua criação artística. O interesse dos
monarcas na arte, aliada ao seu apoio financeiro, gerava o ambiente propício
para que o trovador exprimisse sua arte.
Isto se deve não só ao
patrocínio, mas a um genuíno apreço que estes senhores medievais manifestaram
em relação a produção trovadoresca. É apontado, inclusive, que muito destes
reis eram trovadores de qualidade igual ou superior aqueles que frequentavam
suas cortes. Temos então um cenário de grande acolhimento por parte da nobreza
que propicia a efervescência deste movimento artístico-cultural medieval, e que
não se repetirá nos séculos vindouros.
Dentre os poetas régios,
destacam-se dois principais: Afonso X e seu neto D. Dinis, dos quais falaremos
mais detalhadamente em outras postagens. Estes são os maiores expoentes dentro
de uma tradição que abarcou a própria nobreza da época e que receberam a
designação de trovadores. Uma das
características desses era seu desprendimento em relação a produção artísticas;
para a nobreza não havia nenhum grande princípio ligado a arte de trovar além
do próprio deleite da poesia.
Havia também um
movimento de caráter mais popular, no qual o pagamento era mais do que o
respeito por suas composições, mas o soldo digno da performance. Esses recebiam
o nome de jograis e poderiam ser
considerados como uma forma de insurretos poéticos e sociais. É dito isto,
pois, em relação aos jograis, era socialmente esperando que se limitassem a
serem músicos e/ou instrumentistas e não enveredarem na composição de cantigas.
Pode-se dizer que a
história acabou por vingar-se desse comportamento rebelde: os trovadores,
principalmente por serem figuras pública, tiveram maior reconhecimento do que
os jograis e assim dados biográficos sobre os primeiros são menos escassos que
sobre os últimos.
Cantigas Medievais
Galego-Portuguesas. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova
de Portugal. Disponível em: <http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp>
Acesso em 23 de set. 2016.
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