sábado, 24 de setembro de 2016

Os autores do trovadorismo galaico-português





Nas últimas postagens falamos sobre as cantigas produzidas pelo trovadorismo galaico-português, apresentando seus diferentes gêneros e as características de cada um. Nesta postagem daremos atenção a alguns aspectos relacionados aos trovadores e jograis medievais.
É vasto e muito diversificado o número de autores ligados a produção das cantigas trovadorescas galaico-portuguesas. Os trovadores medievais tinham nas cortes dos reis Ibéricos o terreno mais fértil para sua criação artística. O interesse dos monarcas na arte, aliada ao seu apoio financeiro, gerava o ambiente propício para que o trovador exprimisse sua arte.
Isto se deve não só ao patrocínio, mas a um genuíno apreço que estes senhores medievais manifestaram em relação a produção trovadoresca. É apontado, inclusive, que muito destes reis eram trovadores de qualidade igual ou superior aqueles que frequentavam suas cortes. Temos então um cenário de grande acolhimento por parte da nobreza que propicia a efervescência deste movimento artístico-cultural medieval, e que não se repetirá nos séculos vindouros.
Dentre os poetas régios, destacam-se dois principais: Afonso X e seu neto D. Dinis, dos quais falaremos mais detalhadamente em outras postagens. Estes são os maiores expoentes dentro de uma tradição que abarcou a própria nobreza da época e que receberam a designação de trovadores. Uma das características desses era seu desprendimento em relação a produção artísticas; para a nobreza não havia nenhum grande princípio ligado a arte de trovar além do próprio deleite da poesia.
Havia também um movimento de caráter mais popular, no qual o pagamento era mais do que o respeito por suas composições, mas o soldo digno da performance. Esses recebiam o nome de jograis e poderiam ser considerados como uma forma de insurretos poéticos e sociais. É dito isto, pois, em relação aos jograis, era socialmente esperando que se limitassem a serem músicos e/ou instrumentistas e não enveredarem na composição de cantigas.
Pode-se dizer que a história acabou por vingar-se desse comportamento rebelde: os trovadores, principalmente por serem figuras pública, tiveram maior reconhecimento do que os jograis e assim dados biográficos sobre os primeiros são menos escassos que sobre os últimos.

Cantigas Medievais Galego-Portuguesas. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Universidade Nova de Portugal. Disponível em: <http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp> Acesso em 23 de set. 2016.

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