Alguns conceitos sobre as Cantigas
trovadorescas
As cantigas trovadorescas, assim como os poemas atuais,
possuem nomes específicos para cada elemento técnico presente nela. A
compreensão dos nomes dados e a relação entre o nome e ao que ele se refere são
muito importantes para se compreender uma analise de uma cantiga. Além disso,
esse post irá tratar também dos diferentes tipos de pessoas que entretinham o
público naquela época.
Começando pelo aspecto técnico, as estrofes das canções podem
ser chamadas de cobras, coblas ou talhos. Tais cobras podem ser dividas em:
cobras singulares, que são estrofes que possuem diferentes séries de rima;
cobras uníssonas, que possuem apenas uma série de rima e essa série se repete
em todas as cobras; e as cobras doblas, que são as cobras que possuem rimas que
repetem de duas em duas estrofes.Os versos recebem o nome de palavra e quando
um verso não rima com mais nenhum outro ele é chamado de palavra-perduada e
deve ser colocado em todas as cobras.
Em relação à presença do refrão também havia uma
classificação. As canções conhecidas como cantigas de Refrão eram aquelas que
possuíam um trecho do texto que se repetia ao longo do poema no final de cada
cobra, e que poderia ser constituído de um ou mais versos – assim como acontece
nos refrães das músicas. As cantigas de
Mestria eram aquelas que não possuíam um refrão. Nas cantigas chamadas de
paralelísticas os versos se repetem em uma ordem determinada. E por fim, as
cantigas Ateúda e Ateúda ata finda são,
respectivamente as canções que não sofrem interrupção sintática entre as
estrofes - ou seja, estão ligadas do primeiro ao ultimo verso - e aquela que a
ligação entre as estrofes só termina no ponto final que encerra o poema.
Além de divisões técnicas, existiam também divisões entre os
diferentes tipos de pessoas que entretinham o público. Aqueles que eram
chamados de trovadores compunham e cantavam as cantigas que eles próprios
criavam; os jograis eram como bobos da corte, mas também cantavam em
determinadas ocasiões; os segréis eram como os trovadores, a diferença é que
eles eram andarilhos; e também havia os menestréis, que eram os músicos.
Bibliografia:
MOISÉS,Massaud. A literatura portuguesa através dos
textos. 1ª edição. São Paulo: Cultrix,1968
Cantigas Medievais Galego-Portuguesas. Faculdade de Ciências Sociais e
Humanas Universidade Nova de Portugal.
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