terça-feira, 20 de setembro de 2016


Alguns conceitos sobre as Cantigas trovadorescas

As cantigas trovadorescas, assim como os poemas atuais, possuem nomes específicos para cada elemento técnico presente nela. A compreensão dos nomes dados e a relação entre o nome e ao que ele se refere são muito importantes para se compreender uma analise de uma cantiga. Além disso, esse post irá tratar também dos diferentes tipos de pessoas que entretinham o público naquela época.

Começando pelo aspecto técnico, as estrofes das canções podem ser chamadas de cobras, coblas ou talhos. Tais cobras podem ser dividas em: cobras singulares, que são estrofes que possuem diferentes séries de rima; cobras uníssonas, que possuem apenas uma série de rima e essa série se repete em todas as cobras; e as cobras doblas, que são as cobras que possuem rimas que repetem de duas em duas estrofes.Os versos recebem o nome de palavra e quando um verso não rima com mais nenhum outro ele é chamado de palavra-perduada e deve ser colocado em todas as cobras.

Em relação à presença do refrão também havia uma classificação. As canções conhecidas como cantigas de Refrão eram aquelas que possuíam um trecho do texto que se repetia ao longo do poema no final de cada cobra, e que poderia ser constituído de um ou mais versos – assim como acontece nos refrães das músicas.  As cantigas de Mestria eram aquelas que não possuíam um refrão. Nas cantigas chamadas de paralelísticas os versos se repetem em uma ordem determinada. E por fim, as cantigas  Ateúda e Ateúda ata finda são, respectivamente as canções que não sofrem interrupção sintática entre as estrofes - ou seja, estão ligadas do primeiro ao ultimo verso - e aquela que a ligação entre as estrofes só termina no ponto final que encerra o poema.

Além de divisões técnicas, existiam também divisões entre os diferentes tipos de pessoas que entretinham o público. Aqueles que eram chamados de trovadores compunham e cantavam as cantigas que eles próprios criavam; os jograis eram como bobos da corte, mas também cantavam em determinadas ocasiões; os segréis eram como os trovadores, a diferença é que eles eram andarilhos; e também havia os menestréis, que eram os músicos.

Bibliografia:

MOISÉS,Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 1ª edição. São Paulo: Cultrix,1968

Cantigas Medievais Galego-Portuguesas. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Portugal.
Disponível em: http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp>. Acesso em: 20 de set. 2016

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