sexta-feira, 16 de setembro de 2016

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O blog trata de poesia trovadoresca, ora o termo trovadoresca talvez não encontre muito estranhamento, mas e "galaico-portuguesa"? Que língua seria essa?



 Essa poesia era produzida em galego-português, língua que posteriormente originou os idiomas independentes português e galego. Essa língua surgiu de mudanças ocorridas no latim na região noroeste da Península Ibérica. A língua se estabelece de fato no século XII e vai até meados do século XIV, então, apresenta palavras de origem germânica (ex: guerra, guardar, trégua) e de origem árabe (ex: almofada, açúcar, arroz, azeite), devido à invasões na região por povos germânicos suevos e visigodos, nos séculos VI e VII, e por muçulmanos, no século VIII. Apresenta também, na sua constituição vocabular, alguns empréstimos da língua francesa  (ex: dama) e do provençal (ex: rouxinol) - segundo o professor Miguel Wouk, "um complexo dialetal formado na região meridional da França."






 O vídeo abaixo explica bem didaticamente a trajetória da língua portuguesa, então, também fala da formação do galego-português. O vídeo está inglês, mas há disponível legenda em português, para isso, basta clicar no primeiro ícone na parte inferior do vídeo, à direita, que corresponde à legendas.


  A poesia lírica escrita nessa língua foi compilada em três livros e os textos mais antigos datam no início do século XIII. As compilações são: Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa. Nestes cancioneiros são categorizados três tipos dessa poesia: as cantigas de amigo, as cantigas de amor e as cantigas de escárnio e mal dizer, que serão mostradas com mais detalhes nos próximos posts. 

Como exemplo de cantiga, e para despertar o interesse, recomendamos o vídeo abaixo: 



Bibliografia:


TEYSSIER, Paul. História da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
WOUK, Miguel. Glória e decadência do provençal. Revista Letras, Curitiba, v. 15, 1966. Disponível em: < http://revistas.ufpr.br/letras/article/viewFile/19831/13064.pdf>. Acesso em: 16 de set. 2016



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